sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Newton de chuteiras



O Zézão do apocalipse não se cansou de berrar durante a semana: “tudo que vai volta, toda ação tem reação, entregou um dia, vai se danar no outro” e um caminhão de converseiro. O certo é que, na matemática cadáver, o Palmeiras, caso perca para o Fluminense, e Bahia e Portuguesa vençam Cruzeiro e Botafogo, respectivamente, fora de casa, vai bailar mais uma vez com a Banda de Axé Asa de Arapiraca Série B Music – 2º edição.

Em 2009, era o Verdão quem lutava pelo título, e o Fluor, contra a degola. No 1º turno, o Palmeiras venceu os cariocas por 1 a 0, na estreia de Muricy Baralho. Na volta, o jogo da bagunça, com gol bisonhamente anulado, ameaças do então presidente Belluzzo a Carlos Eugênio Simon, o árbitro cabeçudo, e troco do Flu: 1 a 0. Em 2010, o Parmera deu uma forcinha para o Flu ser campeão, e o Corinthians ficar em 3º, para conhecer seu Tolima na Pré-Libertadores.

O gostoso de ser torcedor de um time é poder zoar o rival, fazer gozação. Mas isso acaba no torcedor, que fica no sofá, no estádio, que quer bola na rede, simples. Quando esse sentimento transborda no cartola, no dirigente, no jornalista, é uma babaquice. Todo time é repleto de maracutaias, esquemas, coisas pra lá de erradas. Nosso futebol atual está longe de ser pilar de moral e ética.

Nem Newton aguenta tanta babaquice


Na quarta-feira, o pedido de anulação do jogo contra o Internacional teve 9 votos a 0 contra a demanda palmeirense. Teve gente que posa de séria que achou graça, dizendo que o verde tava perdendo até no tribunal. Gente do stjd, que é minúsculo e gosta de aparecer, achou graça, tirou sarro, como se estivesse no sofá de casa.

Barcos fez gol de mão, houve interferência externa para anulá-lo, o árbitro do jogo não consegue apitar nem na gloriosa Várzea. Mas todo mundo vai se fazer de hipócrita e cegão, até que a pimenta não arda lá nos fundos, para recomeçar a lenga lenga e pouca bola rolando.

Vamos rodar

Mas como tragédia não dá futuro pra ninguém, vamos em frente com a 35º rodada do Campeonato Brasileiro, que além de Palmeiras x Fluminense, lá no Saara de Presidente Prudente, traz também Grêmio x São Paulo, outro jogaço, valendo a consolidação da Gauchada do 3º lugar, ou a tomada paulista do posto.
Na carga decisiva, o Atlético-MG visita o Vasco, que anda numa pindaíba, para encaminhar o vice-campeonato, que é coisa de vascaíno, mas que nem isso anda dando certo para os lados da caravela. 

O Figueirense, que já vai se planejando para a Série B, e anunciou Adirsu Batista para 2013, recebe o leão do Sport,  que ta assanhado e com fome de vitória para tentar empurrar alguém para a zona do rebaixamento.

Na zona do Feliz 2013 pra nós, o Corinthians encara o Coritiba, colocando óleo na engrenagem do Mundial, e o Náutico, o Rei dos Aflitos, quer dar um sacode no Framengo como presente de fim de ano. A Ponte recebe o Internacional, que ainda sonha com a Libertadores, mas vê que seu elenco milionário vai disputar mesmo é a Copa do Brasil, enquanto o Atlético-GO, o dono da lanterna, enfrenta o Santos, também com jeitão de vamos para a praia tomar água de coco, pessoal.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Estabanada


 
Dona Dorotéia nem mais no ar está, mas soltaria aquele “jesusmariajosé” gostoso para a paçocada arbitrária que vem acontecendo com nosso Campeonato Brasileiro. Ao invés de bom jogos e disputas empolgantes pela vitória, estamos consagrando a arbitragem, que deveria ser mera figurante no gramado, mas parece que gostou de assumir o papel principal, e ninguém se incomoda com isso.

Todo mundo sabe que arbitragem ruim não é só privilégio brasileiro, mas estamos entrando em um caminho perigoso de falta de credibilidade e dúvidas estranhas, aonde não deveriam existir. Para os Neandertais que defendem que a tecnologia vai tornar o futebol uma chatice, porque podem diminuir as polêmicas de boteco e segunda-feira, é melhor assistirem o Ruralzão, o vale tudo da bola.

O futebol cresceu demais, movimenta cifras astronômicas e é uma marca global. Não podemos mais pensar nele com amadorismo, incluindo os assoprados que o povo adora xingar. Profissionalizar a arbitragem é valido, não resolve todos os problemas, mas já é um primeiro passo, pois a função de árbitro no Brasil, hoje, é hobby, passatempo, complemento de renda.

Tem muita gente achando que a discussão do jogo entre Internacional x Palmeiras sem pé nem cabeça, descabida, chororô de time com o pé no rebaixamento. Vamos separar bem o joio do trigo, da rivalidade sadia entre adversários. Barcos fez um gol com a mão, até o Steve Wonder viu. Mas esse não é o ponto da discórdia.

Se o juiz e seus auxiliares não têm capacidade para ver um lance desses, e validam o gol, é gol, por mais bizarro e ilegal que seja. A fifa (minúsculo mesmo) prega que seus juízes devem morrer abraçados a um erro, não admiti-lo nem sob tortura. E Dona fifa também não admite uso de tecnologia e auxílio externo nas partidas, o que está ficando claro que ocorreu nesse jogo, com a interferência externa do delegado da partida para anular o gol de empate do Palmeiras.

Sou um jornalista palmeirense e não escondo dos meus leitores meu clube de coração. Muitos de nós não fazem isso, para depois posar de Dona Dorotéia, cheia de moral e bons costumes com seu time, achincalhando com os outros clubes, as quengas. Antes de tudo, você precisa olhar para o seu umbigo e enxergar seus problemas, antes de bombardear os outros.
 
 

O Palmeiras é a casa da mãe Joana versão paulista, primo do Flamengo em zona declarada. Se cair para a Série B, que caia, está fazendo por onde. Faltam jogadores que qualidade, gente com competência administrativa, visão de grandeza. Mas, por incrível que pareça, o Porquinho, alegria dos rivais, pode ajudar nesse interminável blábláblá sobre o uso de tecnologia. Se usada com bom senso e com regras definidas, a tecnologia ajudará, e muito, no desenvolvimento do futebol, na maior lisura dentro de campo. Tênis, futebol americano e basquete já se valem da tecnologia para auxiliar em lances duvidosos.

Só para ficar mais latente como nossa arbitragem é dura de roer mesmo, Lúcio Flávio, do Paraná, fez um gol de mão na terça-feira, diante do ABC, igualmente não visto pelo doutor de apito. Adriano, em 2008, deu uma mãozada também contra o Palmeiras, e o lance foi validado. Estabanados demais.

O resultado do jogo entre Palmeiras e Inter (2 a 1) está, por momento, congelado. Mas a pergunta que fica é: até quando aturar tanta ruindade, que chega a beirar a má fé de muitos árbitros, stjd, o escambau, ou o brasileiro que ficar vivendo de polêmica no futebol, que não acabará com a tecnologia, mas que podem se tornar menos injustas e grotescas. Ninguém parece se importa com a discussão, até que se pise no calo, e seu time seja prejudicado. Para quem venceu 5 Copas do Mundo, estamos ficando muito pra trás com a bola nos pés. 

La Rodadita

Mas como a boleta precisa rolar, amanhã e domingo tem a rodada 34 do Brasileironis no ar, com Grêmio x Ponte Preta, Cruzeiro x Santos, Flamengo x Figueirense, Vasco x Sport, Palmeiras x Botafogo, São Paulo x Fluminense, Atlético-GO x Corinthians, Portuguesa x Bahia, Coritiba x Atlético-MG e Náutico x Internacional.